Ministra apresenta Vale-Cultura à CNI
Indústrias empregam um em cada quatro trabalhadores com carteira assinada
A ministra da Cultura, Marta Suplicy, esteve na manhã desta terça-feira (26) na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília, Distrito Federal, onde apresentou o Vale-Cultura à diretoria da entidade. Ela destacou que a economia será dinamizada pela política pública que, a partir do segundo semestre, coloca R$ 50 por mês nas mãos dos trabalhadores para consumir produtos culturais. “Haverá mais dinheiro em diferentes centros urbanos, oportunidades de negócios”, destacou aos representantes da indústria no país.
A CNI congrega setor que responde por um quarto da economia nacional, emprega um em cada quatro trabalhadores com carteira assinada. A entidade reúne 27 Federações de Indústria, nos estados e Distrito Federal, e cerca de 1.300 sindicatos patronais espalhados pelo Brasil.
A este fórum a ministra reforçou os benefícios do Vale-Cultura esclarecendo que serão imediatamente sobre a cadeia produtiva do setor, “todos os profissionais da área cultural”, mas que ganham também as empresas que já atuam na operação de cartões e ainda os novos negócios que surgirão. “É interessante estimular o empreendedorismo”, afirmou.
As indústrias, ao aderirem à política, vão investir no trabalhador. As que têm tributação com base no lucro real, poderão deduzir até 1% do imposto de renda devido. O Vale-Cultura não incide encargos, outra vantagem. No conjunto, ganha a sociedade brasileira.
Ineditismo
A ministra também discorreu sobre o ineditismo de a política beneficiar a demanda, ou seja, o que o trabalhador escolher adquirir. “É um grande avanço”, observou.
Mais um ponto que a ministra abordou em sua palestra foi a importância de as cidades, de todos os portes, se prepararem para a política do Vale-Cultura. “Acho que bom senso é a gente abrir o leque e haver ofertas. As pessoas vão escolher o que adquirir. No final, o que é importante é a pessoa poder explorar a cultura, como nunca teve oportunidade antes”, explicou a ministra.
Marta Suplicy falou, também, sobre a importância de os negócios que majoritariamente comercializam produtos culturais se prepararem para sensibilizar a população a consumir. “É o caso das livrarias, por exemplo, que podem ter banners comunicando que aceitam Vale-Cultura.” A ideia é estimular que o consumidor procure o bem cultural.
Regulamentação
Já está na Casa Civil o decreto de regulamentação do Vale-Cultura. Publicado pela Presidência, nos próximos dias, autorizará o Ministério da Cultura (MinC) a baixar portaria para estabelecer as regras para o benefício que vai ser concedido prioritariamente aos trabalhadores com carteira assinada que ganham até cinco salários mínimos. O trabalhador poderá ir a cinemas, teatros, comprar CDs, DVDs, por exemplo.
O Ministério da Cultura calcula que R$ 300 milhões serão injetados na cadeia produtiva do setor no segundo semestre.
Serão por volta de um milhão de trabalhadores atendidos nesse primeiro ano de implantação do Vale-Cultura. A ação vai beneficiar sobretudo as classes C, D e E.
Na chegada à CNI, a ministra foi recebida pelo presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, que a acompanhou na mesa do evento, ao lado do ex-senador Albano Franco. Braga reforçou que as indústrias já atuam em diversas ações culturais e podem agregar apoio ao Vale-Cultura. Após a palestra, a ministra respondeu perguntas dos empresários das indústrias e ficou à disposição para acolher e discutir sugestões.
(Texto: Montserrat Bevilaqua
Fotos: Elisabete Alves)
Fotos: Elisabete Alves)